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quarta-feira, agosto 25, 2010

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Oque é, Como diagnosticar?




Atualmente, muito se tem falado a respeito do uso de diagnósticos psiquiátricos para justificar problemas de aprendizado, de comportamento, ou até mesmo, dificuldade dos pais em educar seus filhos. O diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um bom exemplo. Muito presente na mídia, esse quado causa tanto adminiradores como ferrenhos opositores. Outro tópico bastante polêmico é o uso de medicações em crianças e adolescentes. Tem sido questionado se os efeitos colaterais das medicações não seriam mais prejudiciais que os próprios sintomas; se existem ou não o risco de pacientes ficarem "dependentes"; ou se as medicações poderiam causar mudanças ou danos permamentes ao cérebro. Em relação ao TDAH, diz-se até que a medicação mais comumente usada no seu tratamento, o metilfenidato, faria com que essas crianças ficassem "boazinhas", "obedientes", pois na verdade "retiram a espontaniedade ou a criatividade das crianças".


Todas essas informações na mídia tornaram os sintomas de TDAH mais conhecidos entre a população em geral e impulsionaram o surgimento de associações de pacientes, tais como a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA).


Como diagnosticar o TDAH?


O diagnóstico de TDAH é clínico. Não existe até o momento, NENHUM exame ou teste que possa sozinho dar seu diagnóstico, nem mesmo os mais modernos tais como ressonância magnética funcional, PET, SPECT, eletroencefalograma digital ou dosagem de substâncias no sangue ou em fios de cabelo.


Para se elaborar um diagnóstico correto dessa condição são necessárias várias avaliações, muitas vezes com abordagem multidisciplinar. A avaliação clínica com médico deve coletar informações não apenas da observaçãoda criança durante a consulta, mas também realizar entrevista com os pais e/ou cuidadores dessas crianças, solicitar informações da escola que a criança frequenta sobre seu comportamento, sociabilidade e aprendizado, além da utilizaçãode escalas de avaliação de presença e gravidade dos sintomas.


Após reunir todas essas informações, o médico deve avaliar se o paciente preenche os critérios diagnósticos para o TDAH. Esses critérios estão descritos nos manuais de classificação (MC). Correspondem uma lista de sintomas e sinais, elaborados por um grupo de pesquisadores especialistas no assunto, e utilizados para homogeneizar a forma de avaliar se um indivíduo tem ou não uma determinada doença.

 Sintomas de TDAH e exemplos de sua apresentação na sala de aula


Sintomas de desatenção

* 1 - Não presta atenção a detalhes e/ou comete erros por omissão ou descuido


* 2- Tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas


* 3- Parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra (cabeça no mundo da lua)


* 4- Tem dificuldades em seguir instuções e/ou terminar tarefas


*5- Dificuldade para organizar tarefas e atividades


*6- Demonstra ojeriza ou reluta em envolver-se tarefas que exijam esforço mental continuado


*7- Perde coisas necessárias para as tarefas e atividades


*8- Distrai-se facilmente por estímulos que não tem nada a ver com o que está fazendo


*9- Apresenta esquecimento em atividades diárias





Exemplos de situações . Na escola, o aluno;



* 1- Faz atividade na página diferente da solicitada pelo professor, ao fazer cálculos, nãoperce o sinal indicativo das operações, pula questões


*2- Durante o intervalo não consegue jogar dama ou xadrez com os colegas


*3 - Está mais preocupado com a hora do recreio e situações de lazer, desenha no caderno e não percebe que estão falando com ele.


*4- em perguntas sequencias em geral, respondem apenas uma


*5- Guarda os materiais fotocopiados em pastas trocadas, na véspera da prova resolve fazer uma pesquisa de outra matéria


*6 - Inicia uma resposta, palavra ou frase, deixando-a incompleta, desiste da leitura de um texto ou tarefa só pelo seu tamanho


*7 - Leva gravuras para uma pesquisa em sala e deixa no transporte escolar, perde frequentemente o material


*8 - Procura saber quem é o aniversariante da sala ao lado quando escuta o parabéns, envolve-se nas conversas paralelas dos colegas.


*9- esquece a mochila na escola com todo seu material, não traz as tarefas e trabalhos a serem entregues no dia.




Sintomas de Hiperatividade/Impulsividade


* 1- Irrequieto com as mãos ou com os pés e se remexe na cadeira


*2 - Não consegue ficar sentado por muito tempo


*3 - Corre ou escala em demasia, ou tem uma sensação de inquietude


*4 - Está "a mil por hora" ou age como se estivesse "a todo vapor!"


*5 - Fala em demasia


*6 - Dá respostas precipitadas antes das perguntas terem sido completamente formuladas


*7 - Tem dificuldade em esperar sua vez


*8 - Interrompe, intromete-se nas conversas ou brincadeiras dos outros


 Exemplos de situações. na escola, o aluno:


*1- Pega todos os objetos próximos a sí, batuca na mesa durante a aula, escorrega e deita-se na cadeira inúmeras vezes.


*2 - Solicita inúmeras vezes ir ao banheiro ou beber água, tem sempre algo a buscar na mesa do colega


*3 - Referem que não conseguem parar de pensar ou ficar parado


*4- Não fala, grita; no jogo fala o tempo todo


*5 - Não anda, corre; esbarra frequentemente nos objetos expostos pela sala


*6- Contando sobre o fim de semana, agrega outras informações sem conseguir finalizar e deixar os demais falarem


*7- ao ser perguntado o que fez no fim de semana responde o que terminou de fazer no recreio, o professor vai dirigir uma pergunta ao grupo e antes que conclua ele interrompe dando uma resposta


*8- Não obedece filas


*9 - Interompe o professor no meio de uma explicação


É importante ressaltar que é bem possível que alguns desses sintomas estejam presentes em maior ou menor intensidade em várias pessoas, sem causar nenhum prejuízo em áreas específicas de sua vida.


Entretanto para o diagnóstico de TDAH, é necessário ter também algumas outras características. Por exemplo, é provável que qualquer pessoa fique desatenta ao assistir uma aula sobre um assunto que nunca ouviu falar ou tem dificuldade de entender. A pessoa com TDAH não consegue focar a atenção mesmo quando está familiarizada com o assunto.
Fonte: Transtorno de Déficit de Atenção - Uma conversa com os Educadores

Projeto Inclusão Sustentável (PROIS)

















quarta-feira, agosto 18, 2010

Trabalho não se confunde com atividades de reforço escolar

Camila Monroe / Colaborou Beatriz Santomauro
Revista Nova Escola


Diferentemente do que muitos pensam, o foco do trabalho não é clínico. É pedagógico. Nas salas de recursos, um professor (auxiliado quando necessário por cuidadores que amparam os que possuem dificuldade de locomoção, por exemplo) prepara o aluno para desenvolver habilidades e utilizar instrumentos de apoio que facilitem o aprendizado nas aulas regulares. "Se for necessário atendimento médico, o procedimento é o mesmo que o adotado para qualquer um: encaminha-se para um profissional da saúde. Na sala, ele é atendido por um professor especializado, que está lá para ensinar", diz Rossana Ramos, especialista no tema da Universidade Federal de Pernambuco.

Os exemplos de aprendizagem são variados. Estudantes cegos aprendem o braile para a leitura, alunos surdos estudam o alfabeto em Libras para se beneficiar do intérprete em sala, crianças com deficiência intelectual utilizam jogos pedagógicos que complementam a aprendizagem, jovens com paralisia descobrem como usar uma prancheta de figuras com ações como "beber água" e "ir ao banheiro", apontando-as sempre que necessário. "Desenvolver essas habilidades é essencial para que as pessoas com deficiência não se sintam excluídas e as demais as vejam com normalidade", diz Maria Teresa Mantoan, docente da faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), uma das pioneiras no estudo da inclusão no Brasil.
Foto: Marina Piedade
HORA DE CONTAR Alunos com deficiência intelectual estudam numeração associando placas
a faces do dado
Também vale lembrar que o trabalho não é um reforço escolar, como ocorria em algumas escolas antes de a nova política afinar o público-alvo do AEE. "Era comum ver nas antigas salas de recursos alunos que apresentavam apenas dificuldade de aprendizado. Hoje, a lei determina que somente quem tem deficiência, transtornos globais de desenvolvimento ou altas habilidades seja atendido nesses ambientes", afirma Maria Teresa. Com o foco definido, o professor volta a atenção para o essencial: proporcionar a adaptação dos alunos para a sala comum. Cada um tem um plano pedagógico exclusivo, com as atividades que deve desenvolver e o tempo estimado que passará na sala.

Para elaborar esse planejamento, o profissional da sala de recursos apura com o titular da sala regular quais as necessidades de cada um. A partir daí (e por todo o período em que o aluno frequentar a sala de recursos), a comunicação entre os educadores deve ser constante. Se o docente da turma regular perceber que há pouca ou nenhuma evolução, cabe a ele informar o da sala de recursos, que deve modificar o plano. Outra atitude importante é transmitir o conteúdo das aulas da sala regular à de recursos com antecedência.